"Praia de Banhos da Póvoa de Varzim" (Óleo s/ tela): João Fernandes Gomes Amorim, 1891
'Arte da capa' e imagens utilizadas nesta publicação digital odiario.substack.com | Reflexões de Dra. Deolinda Carneiro (Curador de Museus e Diretor do Museu Municipal da Póvoa de Varzim, PT) 19/03
“Praia de Banhos da Póvoa de Varzim”
1891: João Fernandes Gomes Amorim (Póvoa de Varzim 1866 – Vila do Conde 1936), Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim, Portugal
26 de março 2024 |
“O DIÁRIO da ORAÇÃO” | ODIARIO.SUBSTACK.COM
"Praia de Banhos da Póvoa de Varzim" (Óleo s/ tela)
João Fernandes Gomes Amorim, 1891
Escrito por Dra. Deolinda Carneiro, PhD
Autor Convidado, Historiador de Arte, Curador de Museus e Diretor do Museu Municipal da Póvoa de Varzim, Região do Porto e Diretora Artístico do Projeto: ODIARIO.SUBSTACK.COM
Quadro com temática marítima, pintado a óleo, representando a Praia da Póvoa de Varzim, a norte do Passeio Alegre. Reconhece-se o “Café Ribeiro”, barcos, roupas e redes nos varais, casario litoral e as barracas da praia, que se tornam mais pequenas, numa perspetiva algo ingénua, o mesmo acontecendo com a representação do mar, rochedos e embarcações.
São visíveis minúsculas figuras de banhistas, em frente às barracas de praia, enquanto, em primeiro plano, se encontram figuras de pescadores e “pescadeiras” de pé.
Na verdade, esta “marinha” reproduz fotografias e pinturas, publicadas em revistas de 1882 a 1888. Curioso, ainda, é o facto de conjugar, numa só perspetiva, duas vivências do espaço, a praia dos pescadores e a zona balnear, o que não era usual.
Facilmente percebemos a reprodução: de uma fotografia da casa Fritz, publicada na revista “O Occidente”, de 1882 (p.92); duas das gravuras que ilustram “O Minho Pittoresco”, de 1887 (pp. 233 e 260); além da pescadeira “Compondo as Redes”, excecional aguarela naturalista de Marques de Oliveira, de 1888 (Casa Museu Fernando de Castro, Porto).
O pintor João Fernandes Gomes Amorim (1866-1936) é originário da Póvoa de Varzim e tinha atelier, no Largo do Café Chines (atual Largo Dr. David Alves). Os seus trabalhos são divulgados, num artigo no jornal: “A Independência” de 10-2-1895. Este texto destaca, de modo elogiosa, os anúncios pintados em vidro e um “emblema”, ilustrando a alegoria – “O Amor dominando a Força”.
A qualidade da pintura é, na verdade, apenas sofrível, mas tem cariz decorativo e realiza uma curiosa seleção iconográfica de temas relacionados com o mar da Póvoa.
ANOTAÇÕES
“Povoa de Varzim”
A praia de Banhos (segundo uma photographia da casa Fritz). Grav. Ass.: “ALBERTO”. Revista “O Occidente”. 21 de abril 1882, 5.º A., vol. V, n.º 120, p. 92.
“Catraia poveira”
Desenho do natural por João de Almeida. Ass. J. ALMEIDA. José Augusto Vieira – O Minho Pittoresco. Lisboa, 1887, p. 233.
“Pescadores da Póvoa de Varzim”
José Augusto Vieira – O Minho Pittoresco. Lisboa, 1887, p. 260.
“Compondo as redes”
Póvoa de Varzim. Marques de Oliveira, João (1853-1927), 1888
Aguarela (530x360 mm.), Col. Museu “Fernando de Castro”, Porto
EM BREVE:
NOTAS DE RODAPÉ
Esta imagem evoca a paisagem contra a qual o padre Nuno Rocha escreveu as suas reflexões de perguntas e respostas sobre "O Segredo da Alegria" na "Cidade do Rosário", no Norte de Portugal.
Esta cidade é conhecida pelo seu significado histórico como a área em que São Tiago evangelizou o que era conhecido como a "Península Ibérica" e que agora é mundialmente reconhecido como um retiro da cidade para peregrinos no Caminho de Santiago, também conhecido como "O Caminho das Areias" que segue a Costa Atlântica e passa pela área de três paróquias onde o padre Nuno agora serve mais de 20, 000 habitantes, bem como turistas e peregrinos que passam por esta zona de pesca costeira na região do Oporto de Portugal.
Acima está uma oração original escrita pelo Padre Nuno Rocha, pároco da Igreja de São José à Ribamar no Caminho de Santiago, com notas sobre onde parar enquanto lê esta oração em voz alta com as crianças.
(Travessa da Senra House Press, 26 março 2024)